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Silêncio, de Regina Borges



Quando eles invadiram as suas terras

Eu fiquei em silêncio

Eu não era indígena


Quando eles prenderam o Luiz Justino

Eu fiquei em silêncio

Eu não era negro


Quando mataram Alex a pedradas

Eu fiquei em silêncio

Eu não era homossexual


Quando destruíram o terreiro

Eu fiquei em silêncio

Eu não era candomblecista


Quando eles invadiram a minha casa

Calaram a minha voz

Tudo já era silêncio.


Regina Borges


P.S. Paráfrase do poema “E não sobrou ninguém, de Martin Niemoller, 1946



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