O SONHO
Sonhei o governo alvinitente
E a mão do rei sem os enganos;
A rainha sem carrancas
E planos
d'um corpo de súditos resiliente...
Mas vi no dorso do muro incongruentes
maquiavélicos tecendo as conveniências
Todos camuflados nas aperências
Agraciando contraparentes;
Vi em procissão os intrépidos penitentes
Pedindo o fim do nepotismo;
Vi incréus à toa e vi ateus
Mas vi o céu do condor no altruísmo;
E vi Matheus: primeiro eu
E os meus;
E vi os sórdidos tangendo o rei para o abismo!
Jacinto Terto.
" quando é preciso ter mais medo do governo do que dos males que ao governo compete conjurar;
(...) Quando o homem sem culpa, a hora de dormir, indaga de si mesmo se amanhã acordará de sentinela à sua porta"...
Só a sensibilidade de um poeta para descrever tão bem a realidade que hoje vivemos. Parabéns, Tony! Seu texto me representa e me anima. Sigamos "com a teimosia " e, eu diria, a resistência "do inseto que busca um caminho no terremoto."
Avante!