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Diário de Expedição - Visita à desaparecida Ponte de Bananeiras

Dentre os patrimônios culturais históricos presentes em Jatobá, herança da Estrada de Ferro Paulo Afonso, resta-nos ainda as ruínas e parte da Ponte de Bananeiras, datada a construção de 1878-1883, século XIX.


E a nossa caminhada de hoje foi fazer uma visita a esse patrimônio. Saímos cedo e pela Av. Eletrobrás Sul, Itaparica, fui contando aos integrantes do Projeto Recaatingar um pouco da história do bairro. Cinema e clube desativados (não sabiam nem de sua existência). Também foi uma surpresa ao saberem que nesse espaço aqui já existiu um zoológico!



Pegamos a Travessa Rio das Contas e deixamos a Rua Xingó, adiante já fomos bem recebidos por alguns callithrix jacchus, nome científico da espécie de primata que vive na caatinga, conhecido por sagui. Vivem em bandos, são lindos e animados, mas vítimas de tráfico e pouco cuidado também correm risco de extinção.



Nas proximidades das ruínas novas casas já foram construídas, também há plantações e criatórios de animais. À frente está o riacho Bananeiras que se encontra praticamente seco, seguimos a oeste e vemos onde deveria ser a outra coluna da ponte.


Cerca de 200m o riacho da Bananeiras se encontra com o esgoto do sistema de saneamento básico do bairro Itaparica, um problema ambiental gravíssimo nunca resolvido ao longo dessas quase cinco décadas.



E mais adiante está o que sobrou da ponte ferroviária, desaparecida entre a vegetação. Percebemos que é uma de suas colunas e mede aproximadamente 15m de extensão, mas certamente deva existir sob o matagal, que avança por todas as partes, mais alguns trechos.


Como toda a estrada de ferro, vemos que a ponte foi uma construção rigorosamente bem feita pelas mãos de nossos antepassados retirantes que vieram em busca de trabalho nessas terras, fugindo da fome durante a grande seca de 1870.


Concluímos a nossa visita à centenária Ponte de Bananeiras - o que sobrou dela e ainda se mantém firme, com o desejo de que as autoridades tomem as providências cabíveis à proteção desse patrimônio cultural histórico, símbolo das memórias de um tempo áureo que marcou o povoamento e o desenvolvimento dessa região.



Regina Borges

27/08/2021



P.S. Há lei específica que protege todo o patrimônio cultural ferroviário.




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